segunda-feira, 11 de abril de 2011

A MINHA DOR


A minha dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas de um requinte escultural.


Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...


A minha dor é um convento. Há lírios
De um roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!


Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro, 
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...

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